4 de mai. de 2009

PEDAL NA ORLA – DA MONTANHA AO MAR

Relato do Alberto:

Mais uma manhã espetacular junto ao meu irmão Fábio (Muito Doidoooooo)

Bairros: Penha; Olaria; Ramos; Bonsucesso; Higienópolis; Del Castilho (VIA Comunidade Chácara de Del Castilho); Maria da Graça; Jacaré (passamos entre as Comunidades do Jacarezinho, a esquerda e do Pica Pau Amarelo, a direita); Sampaio (atravessando a Comunidade Dois de Maio – em pleno baile funk às 5:30hs) Vila Isabel (via Túnel Noel Rosa); Andaraí; Tijuca; Usina; Alto da Boa Vista (subida sensacional até a entrada da Floresta da Tijuca); Barra da Tijuca (café da manhã); Joá; São Conrado (via Elevado do Joá); Vidigal (ainda pela Estrada do Joá); Leblon (via Av. Niemayer e comunidade do Vidigal e da Chácara do Céu); Ipanema; Arpoador; Copacabana; Leme; Urca; Botafogo (via enseada e Morro da Viúva); Flamengo (via Aterro) Glória; Praça Mauá (visita ao Mosteiro de São Bento); Centro (via Av. Presidente Vargas com parada para “cocô stop” do Fábio); Cidade Nova; Estácio; Praça da Bandeira; Maracanã; Mangueira; São Francisco Xavier; Rocha; Riachuelo; Sampaio; Eng. Novo; Cachambi; Maria da Graça

39 bairros, 85km, com velocidade média de 18km/h, e muito visual.

Saímos da Penha as 5:10h e seguimos pela Rua Uranos, até Higienópolis, onde decidimos seguir o caminho mais curto, porém, mais perigoso até a Tijuca... Na realidade, a Tijuca é um bairro muito complicado de se chegar, pois todos os caminhos que levam até lá, são cercados por favelas, além do próprio bairro também ter esta característica. A única exceção seria ir direto pela Av. Brasil até a Leopoldina e retomar o caminho da Tijuca, porém a Av. Brasil é uma “armadilha” para os ciclistas, pois não há acostamento e os ônibus, táxis, vans e Kombis são como predadores para os indefesos ciclistas (coisas do Rio de Janeiro, que os turistas não conhecem, pois não aparece nas novelas).

Seguimos por Maria da Graça e passamos, com tristeza pelo cruzamento onde, há quase duas semanas, uma grávida de seis meses foi brutalmente assassinada por um bando de selvagens assaltantes montados em duas motocicletas. Atravessamos a comunidade do Jacaré ainda na calada da noite e passamos a 20 metros de um baile Funk que estava “bombando” àquelas alturas, com uma música que não tenho coragem de colocar parte da letra neste texto (pura baixaria). Esta travessia foi como passar por uma zona umbralina onde criaturas trevosas não observavam aqueles frágeis seres montados em dois bólidos sobre duas rodas passando como fechas e pedindo a Deus para não serem notados. Não fomos!!!

Seguimos pelo Túnel Noel Rosa e finalmente relaxamos. Foi aí que o Fábio fez a primeira filmagem (de dentro do túnel), pois já estávamos correndo menos risco. Atravessamos Vila Isabel, Andaraí e ganhamos a Rua Uruguai até “desembocarmos” na Usina, onde iniciamos a grande subida até o Alto da Boa Vista. A subida foi dura, mas fiquei muito feliz em ver que o trabalho de condicionamento físico do Fábio está dando resultado. Subimos todo o Alto sem descer dos camelos e isso nos deixou eufóricos. Depois de uma parada na entrada da Floresta da Tijuca, para comemorar e tirar umas fotos, seguimos descendo, batendo papo e curtindo o visual fantástico da Serra da Tijuca. Desembocamos na Barra da Tijuca e seguimos direto pra padaria e deliciar o merecido café da manhã. Pão na chapa, pão doce e café com leite no meio dos boêmios que se preparavam para ir pras suas casas dormir.


Como sempre, éramos dois ETs fantasiados em meio àquele povo. Tudo bem, já estamos acostumados... Seguimos e ganhamos a subida da estrada do Joá. Não antes de parar pra tirar umas fotos fantásticas da Pedra da Gávea, que estava ao nosso lado, com um sol espetacular nascendo às suas costas. Elevado do Joá é sempre aquele Show. Alta velocidade, muita adrenalina e gritos de Muito Doidooooooooooo, além das fotos e filmagens de praxe, para os amigos curtirem. Chegamos a São Conrado e seguimos pela orla até a Av. Niemayer. Que visual, amigos. Um espetáculo que nenhuma palavra poderá descrever.

Fazer este percurso de camelo é um privilégio para poucos mortais e uma experiência inesquecível. Pena que a maioria dos camelos não toma coragem para nos acompanhar... Não sabem o que perdem!!!!!! Não é Yoga? Descemos até o Mirante do Leblon e fizemos mais fotos e filmagens. Depois seguimos pelo famoso e internacional Calçadão da Orla de Copacabana. Fato inusitado aconteceu neste percurso. O que mostra que cada passeio, ainda que pelo mesmo trajeto, é uma história diferente.

Chegando à Copacabana, nos deparamos com a comissão do COI (Comitê Olímpico Internacional). Os caras estavam lá, em algum hotel e o Bairro estava todo mobilizado para impressioná-los. A poucos metros da praia, estava fundeado (ancorado) o famoso “Cisne Branco”; veleiro centenário, que serve de navio escola para treinar os cadetes da Marinha de Guerra. Um espetáculo! O veleiro estava com uma bandeira nacional gigante na popa. De repente ouvimos roncos de motores no horizonte e fomos brindados com um Show da nossa Esquadrilha da Fumaça, dando rasantes e loopings na praia e entre os prédios. Tudo devidamente registrado para o deleite dos nossos companheiros Camelos ausentes. Depois deste inesperado Show, seguimos nosso rumo, passando por Botafogo e seguimos pela famosa Enseada até o Morro da Viúva, onde paramos para nos abastecer com uma água de coco e novos registros visuais.




Seguimos pelo Aterro, onde o Fábio encontrou um amigo e demos uma breve parada. Pé na estrada e chegando ao Centro tivemos a idéia inusitada de visitar o Mosteiro de São Bento. Que espetáculo! Uma igreja, com arquitetura barroca, onde o seu interior é todo de madeira entalhada e banhada a ouro. Demos sorte, porque naquele momento estava havendo uma visita guiada, onde o padre (guia) estava dando uma “aula” de história para os turistas. E naquele meio lá estávamos nós. Dois ETs fantasiados com roupas coloridas e bermudas apertadas com luvas e capacete dentro de uma igreja centenária e histórica. Detalhe: Um Espírita e outro Batista. Só nós mesmo... Mas o lugar vale a visita, pela sua representação arquitetônica e histórica, além de ser um recanto belíssimo e tranqüilo do Rio de Janeiro.


Saímos do mosteiro e o estômago do Fábio começou a dar sinais de que ele estava entrando em “trabalho de parto”. Começou a suar frio e pegamos a Presidente Vargas. Até o momento em que a “criança” resolveu sair e tivemos que parar em um posto de gasolina para o “trabalho de parto”. Foi aí que o “lado negro” do Fábio aflorou. Depois de dar a luz ao seu “bebê monstro”, ele pediu a uma funcionária do posto, um pedaço de papel higiênico e ela imediatamente respondeu de forma lacônica que não tinha o dito papel e era para ele se virar. Ele se virou. Achou um balde cheio de água com detergente e uma enorme esponja de lavar carros. Não preciso relatar o que o muito doido fez com o balde, detergente e esponja né? Pois é. O cara fez o maior estrago no banheiro e ainda se limpou com o material de limpar os carros. A cereja no bolo, ou seja, o grand finale, foi o fato de ele sequer ter lavado a esponja depois de usá-la.

Pobre da vítima que pegou aquela esponja toda cagada para limpar o para brisa do seu carro... Por isso que ele é “muito doido”. Na realidade, ele se arrependeu depois, mas já era tarde. Afinal de contas; “depois que a m... sai, ela não volta para o c...”. Seguimos direto pela Av. Presidente Vargas, ganhando a Praça da Bandeira, Maracanã e seguimos em linha reta até o Engenho Novo, onde pegamos o nosso caminho de regresso a partir de Maria da Graça. Chegamos à Penha as 11h20minhs, como sempre, cansados, felizes, vitoriosos e agradecidos a Deus por termos feito mais uma excepcional excursão bem sucedida e com segurança. Em breve, o Fábio vai colocar o vídeo no You Tube para o deleite dos nossos Camelos de Plantão.

Grande abraço e até a próxima, se possível com os nossos outros camelos sem coragem de seguir.
Alberto Monte.