27 de jun. de 2011

TRAVESSIA DA SERRA DA CARIOCA - 25 de junho de 2011



Inicialmente, marcamos de fazer a travessia da Serra da Carioca no feriado de Corpus Christ. Todos os sites de previsão do tempo indicavam "sol para o feriadão" e, diante desses prognósticos animadores, lá fomos eu e o George fazer mais essa trilha preparatória para a travessia Petrópolis-Teresópolis. Só que os sites erraram fragorosamente e tivemos que abortar nossa missão. Choveu quase o dia todo.


Mais eis que, às 22h00 da sexta-feira, o George renova o chamado para o dia seguinte e, claro, fui amarradão fazer uma de minhas travessias preferidas. Aliás, uma das mais lindas travessias urbanas do mundo! Afinal, uma travessia que começa no Parque Lage, passa pelo Corcovado, pela Estrada das Paineiras (com seus mirantes e quedas d´água), Morro do Queimado (que tem provavelmente o panorama mais abrangente da cidade do Rio de Janeiro), Mesa do Imperador, Vista Chinesa e termina com a possibilidade de banhos de cachoeira no Horto não é para qualquer cidade! É uma trilha abundante em quantidade - e qualidade - de paisagens. E abundante também de pontos de água, tanto na mata quanto nos trechos de asfalto.


Porém, uma névoa espessa estacionou na cidade durante todo o dia e não pudemos apreciar toda essa gama de paisagens. Mas, tudo bem. Pelo menos, nosso treinamento de subidas para a Peterê, que faremos daqui a duas semanas, foi bem proveitoso.





Começamos a subida às 08h00, junto com um grupo de 20 pessoas que iriam só até o Corcovado. Fomos subindo num bom ritmo, mas o terreno fica cada vez mais íngreme a partir da metade da subida. depois do pior trecho de subida, chegamos rapidamente à laje da CEDAE, na famosa "Curva do OOOHHHH". Local perfeito para uma parada de reabastecimento: água, lanche, descanso e apreciação de grande visual (esqueçam essa última opção, hehe). Salvo uma ou outra clareira aberta no nevoeiro, estava tudo tomado por nuvens.


De lá, fomos rapidamente até o estacionamento do Cristo Redentor e, infelizmente, o acesso á estátua está proibido para quem vem a pé (ou de bicicleta) até ali.





A subida do Corcovado, chegando aos pés da estátua, tanto pelo Parque Lage como pelos trilhos do trenzinho ou mesmo pela estrada, era um dos programas preferidos e tradicionais de diversas gerações de cariocas, mas que hoje encontra esse impedimento que diminui um pouco o brilho dessa travessia especial.





Descemos rapidamente até a Estrada das Paineiras e continuamos nossa caminhada com uma temperatura agradabilíssima.






O George aproveitou para tomar uma chuveirada na bica mais baixinha das Paineiras, hehe.






Logo depois, saímos do asfalto para adentrarmos novamente na mata, na trilha que leva ao Morro do Queimado.


O Morro do Queimado é um lugar peculiar no Rio. Trilha de fácil acesso, bem marcada, sem grandes dificuldades técnicas até o cume e, curiosamente, pouco frequentada em geral. É talvez o mais espetacular mirante de toda a cidade, só tendo como rivais à altura o Corcovado e a Pedra da Gávea. Tem uma face voltada para a Zona Norte, onde é possível avistar toda a Serra dos Órgãos e boa parte da baía da Guanabara e bairros adjacentes. Mas o grande trunfo desse lugar é exatamente o mirante voltado para a Zona Sul, onde de uma só visada é possível admirar os maiores ícones da cidade: Corcovado, Pão de Açúcar, Lagoa, Arpoador, Ipanema, Leblon, o extenso verde da floresta da Tijuca, Pedra da Gávea e Pedra Bonita.


Isso, é claro, em dias de céu claro e aberto - o que não foi o nosso caso, hehehe. Pequena decepção diante da paisagem totalmente tomada pelas nuvens.





Então, eu e George chegamos ao cume e, pouco depois, resolvemos parar para fazer um lanche antes de iniciarmos a descida para a Mesa do Imperador. Nessa descida, a trilha apresenta uma característica diferente das outras do Rio: é cheia de pequenas pedras escorregadias, o que reforça nossa atenção, mas sem maiores preocupações.






Passamos por uma pequena escalaminhada, afloramentos rochosos (bons lugares para sentar e apreciar o visual) e pequenos penhascos ao lado da trilha nesse trecho de descida, até chegarmos à bela formação rochosa conecida como Pedra da Proa. A partir dela, a trilha entra novamente na mata fechada e desce por aproximadamente 15 minutos.






Nesse trecho, encontramos um casal que subia, sendo as únicas pessoas que encontramos em todos os caminhos de mata que fizemos durante o dia! Em seguida, há uma bifurcação (entrar à direita!) que leva diretamente, em mais 20 minutos, à Mesa do Imperador.






Na Mesa do Imperador, é hora de voltar ao asfalto novamente - dessa vez, na Estrada da Vista Chinesa. Aqui, a travessia oferece duas vertentes: na primeira, descer em direção ao Alto da Boa Vista, onde em mais 3 Km é possível chegar nas proximidades da praça Afonso Viseu, na entrada do Parque da Tijuca, ou tomar a direção da Pedra Bonita e descer pela Estrada das Canoas, finalizando em São Conrado; e na segunda, descer em direção à Vista Chinesa (que está a 1 Km da Mesa do Imperador) e chegar, 4 Km depois, ao Jardim Botânico. Decidimos pela segunda opção.






A partir da Vista Chinesa, a travessia oferece mais 3 opções de percurso: o primeiro, pegar uma triulha pela mata e descer até o Parque da Cidade, na Gávea (um dos mais belos parques do Rio, mas que atualmente encontra-se em mau estado de conservação); o segundo, descer pela mesma trilha anterior e, na bifurcação, entrar á esquerda, na direção do Horto, saindo bem ao lado da Escola de Botânica Tropical do Jardim Botânico; e a terceira via é continuar descendo direto pelo asfalto até o Jardim Botânico. Fomos por essa.


Esse último percurso nos dá a opção de fazer pequenos desvios ao lado da estrada e tomar banho em algumas cachoeiras. O George aproveitou a oportunidade e tomou um rápido banho, coroando em grande estilo nossa chegada ao final desse passeio que durou 7 horas e meia (contando as paradas). Já na rua Jardim Botânico, fizemos nosso tradicional "lanche de despedida" num boteco e fomos embora com a certeza de termos finalizado uma travessia que foi prazerosa do início ao fim.




Para finalizar, o George teve a ideia de reunir a camelada e fazer esse caminho invertido - do Jardim Botânico ao Parque Lage, com direito a banhos de cachoeira no Horto, de bica nas Paineiras, fazer um almoço especial nas pedras do Morro do Queimado (com visuais de cair o queixo) e, ao invés de subir aquela pirambeira para o Corcovado, descer - muito mais fácil, hehe. Eu adicionaria uma ida à Pedra Bonita nesse pacote e teríamos só fotos de cartão postal ao fim do dia!


Mas isso ficará mais para a frente.


Beijos e abraços em todos e até a próxima!