19 de jan. de 2009

PEDRA DA GÁVEA

Amigos, postei as fotos mas estou super cansado!
Quem puder, por favor, coloque texto e organize as imagens.

Grande abraço,
Fábio

















11 de jan. de 2009

PEDAL ORLA RIO 85Km

Amigos, realizamos hoje o primeiro Pedal de 2009! Saindo da Zona Norte, passando pela Barra da Tijuca, Praias da Zona Sul, Centro da Cidade e retornado para Zona Norte, num total de 23 bairros de aproximadamente 85Km

Participantes: Alberto (Mestre), Sandro (Yoga) e Fábio (Muito Doido)
Distância 85Km Velocidade média de 19Km/h - Máxima de 42Km/h Duração Aproximada 4h

Temos poucas imagens pois nossa prioridade foi filmar, entretanto seguem algumas fotos!

Grande abraço,
Até a próxima





PEDAL PELA ORLA EM 11/01/2009 - RELATO DO ALBERTO.


Meus queridos amigos e irmãos dos Camelos de Mochila.

Como é de costume, para os que já me conhecem, resolvi escrever o relato de nossa memorável excursão do dia 11/01/2009.

Só para exercitar a minha veia de escritor frustrado e encher o saco dos amigos, que tiverem paciência de ler, pois, para variar, o relato nunca é tão breve assim. Hehehe

Vamos lá:

Esta excursão tinha um valor psicológico muito emblemático para mim, tendo em vista os inúmeros percalços que ocorreram nos últimos dois anos.

A nossa saga começou no início de 2007, quando estávamos indo, eu e o Sandrão, a uma reunião na Praça XV, para fazermos uma Trip com o pessoal do Ciclotur, até Cabo Frio.

O Sandrão caiu do camelo logo após a Av. Rio Branco e sofreu uma fratura exposta no braço direito.

Resultado: Cirurgia, platina e seis meses de molho na geladeira.

O lado positivo disso, foi o fato de termos conhecido o Fábio. Um irmão que veio se juntar ao grupo, e que tenho a impressão de conhecê-lo a minha vida toda (o acaso não existe).

Em Julho de 2007, quando íamos, eu, Sandrão (o seu retorno aos pedais) e Fábio fazer Petrópolis/Itaipava.

Quase morremos, eu e o Sandrão, quando aquele animal embriagado deu uma porrada na traseira do meu carro, em frente a REDUC às 5:30hs e acabou com o meu carro e com o nosso passeio.

Graças a Deus, que no final tudo deu certo e o Fábio acabou achando o cara 2 km à frente, completamente embriagado e dormindo dentro do carro dele.

Resultado: Me indenizou e comprei o Santana. (me dei bem, hehehe).

Fevereiro de 2008 iríamos finalmente reestreiar os pedais com os camelos, fazendo a mesma excursão entre Petrópolis e Itaipava.

Furtaram meu camelo na madrugada da excursão. A coisa realmente tava amarrada...

Foram necessários quase 11 meses para que eu pudesse montar outro camelo e finalmente fazermos a nossa reestréia.

Finalmente, deu tudo certo e os Camelos de Mochila estão de volta às pistas.

Enfim, vamos ao relato (já tava na hora né?).

Noite mal dormida e ansiedade, por tudo que representava esta excursão.

Acordei as 4:00hs e as 4:30hs fiz contato com o Fábio.

Tudo certo para o início.

Sair da Penha sozinho as 4:50hs é uma aventura a parte. Cruzei com tiroteio, bandidos de moto e a galera da balada voltando pra casa cheia de química na cabeça e atrás do volante.

Isso tudo sozinho. Foram 4,5km até a casa do Fábio e o alívio de ver amigos.

O primeiro conselho que dou, é para evitar ao máximo pedalar de madrugada sozinho. Mesmo que seja por um curto período, pois os riscos são enormes.

Grande alegria foi encontrar o Yoga, pois ainda havia a dúvida da sua presença.

Grande amigo, que apesar da inconstância de sua participação nas nossa excursões, é um irmão que demonstra muito amor pelo grupo.

A sua presença , de alguma forma, amenizou a ausência do Sandrão, que não pôde ir, porque já havia firmado compromisso com a sua mãe.

No mais, foi uma hora até entrarmos na Av. Airton Sena na Barra.

A primeira hora é sempre a mais crítica, pois o corpo ainda está frio e ainda é noite.

Fábio teve uma cãibra em Jacarepaguá, mas conseguiu se recuperar e seguimos.

Ao chegarmos a Barra tudo foi festa:

Ciclovia (outro mundo), brisa marinha as 6:30hs da manhã e sem farofeiros ainda. Hehehe

Paramos próximo ao Largo da Barra e tomamos aquele café. Tiramos fotos e seguimos.

Aquele elevado, que eu esqueci o nome, foi um capítulo à parte. Os carros tirando fino da gente. “Acostamento” de placas de concreto e cheio de buracos.

Até que o muito doido ficou de saco cheio e jogou o seu camelão sinistro no asfalto.

Aí, como bons amigos solidários, o acompanhamos e foi perna (ou melhor, pedal) pra quem te quero e “viva Cacilda Beker” kkkkkkkkkkk.

São Conrado tiramos belas fotos, seguimos pela Ninhemayer (não sei se escreve assim), com aquele visual alucinante da Pedra da Gávea ao fundo. Descida a toda passando pela Rocinha (ou Vidigal) e parada no Mirante do Leblon. Que passeio....

Encontramos o Oteb em Copa e paramos para fazer um lanche, tirar umas fotos e botar as fofocas em dia.

Depois, queimamos até o Aterro, quando demos uma acelerada para recuperar o tempo.

Aí sim, começou a bater o cansaço, afinal, a parte bonita estava ficando pra traz e enveredamos pelo Centro (Pres. Vargas), Praça da Bandeira e a famigerada “Faixa de Gaza”.

Alí o bicho pega e a gente tem que tirar o gás do fundo da alma e pedalar tudo o que pode, para passar o mais despercebido possível pela marginalidade (Cidade Maravilhosa).

Pra quem não conhece, a Faixa de Gaza é aquela reta que liga Benfica a Bonsucesso. Ela corta o complexo de favelas de Manguinhos e é difícil três caras vestidos com roupinhas colantes e pedalando três super camelos, passar despercebidos por ali.

O negócio é o elemento surpresa, e quando os caras vêem a gente, já era, pois estamos sumindo da vista deles. Essa é a estratégia.

Depois, foi só pedalar a reta da Rua Uranos e chegar em casa cheio de endorfina, boas lembranças e uma vontade imensa de recomeçar.

Pra fecharmos com chave de ouro, fomos almoçar na Feira dos Paraíbas (São Cristóvão) um delicioso prato regional com Carne de Sol assada, aipim frito, baião de dois, feijão de corda, coca cola (pet - hehehe) e um delicioso sorvete no final.

Foi SHOW gente.

Fiquei muito feliz, por termos finalmente recolocado os Camelos na pista e isso me deu a certeza de que 2009 será um ano de muitas excursões memoráveis, sempre na companhia de grandes companheiros.

Abraços
Alberto Monte

PEDAL PELA ORLA EM 11/01/2009 - RELATO DO SANDRO SUN

Os cavaleiros do Apocalipse

Primeiro veio o convite: um circuito de 85 km, saindo da Penha e percorrendo toda a Orla carioca, centro do Rio até chegarmos novamente ao ponto inicial. Um caminho que poderia ser chamado de: “do Lixo ao Luxo” – pois passamos por uma incontável quantidade de favelas até entrarmos no mundo esterilizado da Zona Sul.

Mestre (Alberto) vai se deitar às 22 p.m com aquela sensação estranha de que “todos vão furar”. Pois é, os grandes projetos são acompanhados por uma expectativa alta e uma dose de tensão que nos permeia até o último instante.

Muito doido (Fábio) combina de pegar Sun (yoga) às 23 para prepararem as bikes e todos saírem do mesmo lugar. Uma hora da manhã estávamos numa farra só, conversando da vida, ajeitando os “camelos”, separando os equipamentos e pensando: daqui a poucas horas estamos de pé cruzando as ruas do Rio de Janeiro. Até às 2 da manhã nos coçávamos na cama com aquele pensamento fixo: será que a hora não chega nunca!

Foi como um piscar de olhos, Muito doido se levanta e vê o torpedo em seu celular: “acorda %$#&@!” 5hs da manhã já estávamos nos agrupando, olhando a lua cheia no céu e vendo a molecada chegando da night carioca... Alberto chega num misto de emoção e susto: a emoção de ver seus amigos de aventura, misturada ao susto da blitz carioca da madrugada.

Montamos em nossos camelos e em poucos minutos já estávamos subindo uma ladeira gigantesca – e eu pensando: se começamos assim, volto pra casa de cadeira de rodas. Mestre já pedalava em pé (e eu rezando pra chegar a hora da descida). Muito doido esbanjava categoria na sua reclinada, chamando a atenção de todos os boêmios da zona Norte. Nos atiramos na noite percorrendo: Penha, Madureira - rumo à Cidade de Deus.

Ao cruzarmos com os baladeiros ouvíamos de tudo, um termômetro de sentimentos que ia do tradicional “viado” aos gritinhos das popozudas de “gostosoooooo”.

Como um susto, muito doido faz sinal para encostarmos num acostamento completamente escuro e denuncia uma câimbra na perna. Olhamos meio atônitos, e o mestre pensa com seus botões: “ou vai ou... volta”. Estica daqui, reza dali, voltamos a pedalar na esperança do corpo aquecer e acostumar com nosso ritmo.

Inabalavelmente seguimos mantendo nosso ritmo mínimo de 20 km/h. Cruzamos Ruas escuras e esburacadas, favelas, viadutos, sinais e o dia começou a amanhecer quando chegamos à Cidade de Deus. Ao avistarmos as montanhas de Jacarepaguá a realidade começou a mudar. A zona Oeste chega com tudo, descortinando aos nossos olhos um amanhecer cinematográfico, repleto de cores, montanhas e uma gigante ciclovia. Em poucos minutos estávamos no calçadão da Barra. Alguns remanescentes da noitada seguravam sua saideira nos quiosques a beira mar – e nós, mais que despertos, pedalamos admirando o reflexo do sol nas as ilhotas da barra. Já tínhamos pedalado mais de duas horas e nada mais justo que fazermos nossa primeira parada do dia: posto de gasolina (para calibrar o pneu e padaria – para o café da manhã).

Uma farra de pão na chapa, pingado e sucos anunciava que estávamos chegando à metade do circuito e a chapa ainda iria esquentar muito dali pra frente!

Pedalamos até o túnel da rocinha (qual o nome dele mesmo?) e ao chegar na sua entrada, desmontamos dos “camelos” e fomos empurrando-os por um estreito acostamento no túnel. Parecia que tínhamos entrado em um buraco negro, pois era um breu total: as paredes coladas com a poluição dos carros, e o forte barulho, nos faziam ver o quão estreito era o abismo no qual nos equilibrávamos.

Quando nossa pista abriu uns 3 palmos de acostamento, muito doido montou em sua reclinada e começou a pedalar. Olhando-o atônito eu pensava: se ele desequilibrar e for pra canaleta pára dentro da pista e... tenho o impulso de fazer o mesmo, sento-me na bike e começo a tentar me equilibrar – sempre jogando meu peso para a direita. Meu guidon arrasta na parede e penso: antes arrastar na parede do que ir parar na pista. Aquele equilíbrio era a minha “rodinha” amiga. Ouço ao fundo o grito do mestre dizendo: “Yoga, só monte se estiver com segurança”. A única coisa que eu pensava naquele momento era: eu preciso sair daqui o mais rápido possível, e isso seria pedalando. Olhei fixo uma reta no chão e pedalei sobre o fio da navalha – onde aos poucos fui ganhando confiança. Em alguns minutos estávamos fora do túnel sobre um acostamento cheios de dentes, buracos e costelas. A reclinada do muito doido sofria muito com tantos pulos e ele quase não conseguia progredir. Tomei a frente e ia empinando a roda dianteira para minimizar o impacto nos buracos. Poucos minutos depois ouço um grito passando ao meu lado: “muito dooooooidooooooo!” e o vejo rasgando pela pista dos carros rumo a São Conrado. Não penso duas vezes, jogo a “Preta Gil” (minha bike) no viaduto e vou atrás: ali era um por todos e todos muito doidos!

Ao chegarmos a São Conrado, aos pés da Pedra da Gávea comemoramos muito aquela vitória, gritando loucuras a ermo: “viva Cacilda Becker, Viva Zuzu Angel, Viva os Camelos de Mochilas” e toda a quantidade de besteiras que passavam em nossas cabeças. Pedalamos direto até a pista de pouso das asas deltas e para-pentes e nos demos alguns minutos de contemplação a beira mar. Um dos motoristas dos carros de resgate das asas disse: vi vocês hoje de manhã em Jacarepaguá – parabéns. Mal ele sabia que ainda estávamos na metade da brincadeira. Entre nós sabíamos que um dos pontos difíceis estava chegando: a subida da Niemayer. Iríamos pedalar entre o mar e as montanhas, embaixo de um sol já escaldante e numa pista pequena dividida com os carros e ônibus – aos pés da Rocinha.

Após nossa pausa contemplativa seguimos pedalando com muita pressão e dinamismo, vencendo a ladeira da Niemayer e entrando numa descida frenética, com uma pista extremamente molhada, numa velocidade de 42km/h e cheia de buracos. Chutei os buracos ocultos pela água no chão e quando nos demos conta estávamos no mirante do Leblon – de volta ao playground seguro da zona Sul. Descemos nos misturando às famílias que caminham, correm, pedalam, curtem e fazem das praias cariocas o cenário paradisíaco que vemos nas novelas. Novamente a sensação de total segurança me veio à tona, com as palavras do Mestre completando: “agora, se algo der errado, podemos voltar de Metrô”. E eu pensei de imediato: “Tô salvo, eu quero o Metrô”!

O mochileiro sem camelo Oteb se juntou ao grupo em Ipanema, nos presenteando com sua fantástica companhia. Sua visita foi regada com um banquete de sanduíches caseiros e refrigerantes nos quiosques de Copacabana. A visita do nosso grande camarada nos encheu de energia para continuarmos nossa epopéia.

Na ciclovia de Copa somos alertados de uns trombadinhas que estavam azarando as pessoas que passavam no túnel do Rio Sul – e na rua Princesa Isabel falamos com uma viatura pra ficarem de olho por aquela área.

Seguimos batidos até a enseada de Botafogo entrando em sua ciclovia e acompanhando a pintura da Baia de Guanabara e o escultural morro da Urca.

Fazemos mais uma paradinha para as fotos – pois mesmo pros nativos desta cidade, a beleza é algo difícil de se acostumar.

Pegamos o aterro do flamengo, pela pista fechada e deslizamos até o Aeroporto Santos Dumont – onde paramos para traçar a rota final da volta.

Roteiro combinado, entramos na avenida Antônio Carlos, Primeiro de Março e em poucos minutos contornávamos a Cinelândia. O fluxo dominical é menor mas cheio dos perigos urbanos: ônibus nos espremendo a toda velocidade, as ruas cheias de “costelas” e uma pivetada nos comendo com os olhos para todos os lugares.

Passamos pela central do Brasil, Praça Onze, seguindo pelo elevado que nos deixa na praça da bandeira. É estranha a sensação de estar num elevado e sua cintura estar na altura do corrimão mas é nessas horas que devemos olhar para frente e não darmos muita confiança para nossa mente.

Mais uma subida ensolarada, em meio aos nossos 65k de pedal. Sinto minha coxa cansada e meu ritmo de pedalada diminuindo. Sem brigar com meu corpo jogo marchas mais confortáveis e tento cuidar da minha energia pois sabia que ainda tinha muito chão até voltar para a base. Pegamos o vácuo do elevado até o maracanã e seguimos em direção à Mangueira. Um ciclista de final de semana pipoca de uma rua na contra-mão, quase explodindo-se contra a bike do muito doido. O trio todo balança – quase que em um movimento coreografado. Pedalávamos como um único corpo, revezando a dianteira, mas nunca nos separando e perdendo o contato.

Cruzamos São Cristóvão entrando em Benfica. Sabíamos que estávamos chegando na Rota 666. Sim, iríamos entrar num território hostil, num campo de guerra carioca conhecido popularmente como “faixa de gaza”. Para completar nossa adrenalina, descobrimos que a região estava em obras, com faixa única para bike, ônibus e carros. Tínhamos que ganhar velocidade para escapar dos olhares mas... atravessávamos um aclive, com sol escaldante e estávamos no final das nossas forças. Mestre Alberto monta no pedal e voa num misto de gás e tensão. Yoga e Muito Doido dividem a pista meio que ombro a ombro a 20km/h numa subida.

O pior vai ficando para trás, atravessamos uma passarela sobre uma ferrovia e rumamos em direção a Bonsucesso. Nossos olhos fixam no odômetro: falta pouco! O mais engraçado era que, quanto mais perto estávamos, mais o cansaço apertava. O Mestre dizia para não deixamos nossa mente nos comandar, para vencermos nosso desafio interior. Chegamos na Penha às 11hs e, ao descer da bike, quase vou parar no chão. Minhas pernas pareciam completamente desequilibradas e sem energia. Vibramos com cada quilômetro percorrido, por cada visual contemplado e por tudo ter dado certo.

A primeira coisa a fazer ao sair das bikes foi sentar em frente ao computador para ver as fotos e os vídeos. Um misto de êxtase toma conta de mim e um pensamento me vem a tona: “quero fazer tudo de novo”. Aquelas imagens são como uma chuva de energia. Uma experiência única de superação e força.

Um dia perfeito compartilhado com meus amigos.

Tenho certeza que só consegui viver e passar por tudo isso porque estávamos juntos, um cuidando do outro. Nas travessias de rua, cruzamentos, túneis, em meio aos carros e nas palavras de incentivo ao longo da jornada.

Sei que este dia de pedal, suas lembranças e suas imagens irão parar bem longe... bem longe na minha memória. Quando me sentar, cansado e velho numa cadeira e fechar meus olhos irei lembrar do dia em que fui da terra ao Céu, cruzando toda a beleza contraditória do Rio de Janeiro. No dia em que vi a popozuda chegando do baile e a garota de Ipanema correndo no calçadão. Neste dia percebi que as diferenças (barreiras) são aqueles muros que colocamos em nossas mentes e nunca conseguimos ultrapassar. A diferença é a forma indiferente que vemos a vida passar, sem conseguirmos curtir sua variedade de sabores: do mais doce e nectário ao mais ácido, do apimentado ao refrescante.

Encerro meu dia, com uma frase, antes tão distante do meu entendimento, que agora faz tanto sentido:

“ Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me (...). Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.”

Salmo 23

PEDAL PELA ORLA EM 11/01/2009 - RELATO DO FÁBIO

OS TRÊS E O PEDAL FANTÁSTICO


Depois de ler os textos do Sandro e do Alberto o que restaria dizer sobre nossa fantástica aventura camelística? Entretanto, gostaria de colaborar com breves palavras. Pedalar sempre foi uma atividade de raro prazer que descobri na infância e jamais deixei de praticar. Com o passar do tempo o tamanho da bicicleta aumentou proporcionalmente ao das aventuras e, a cada dia, tornava-se mais amigo do vento. Não foram poucas às vezes que por total imprudência ou por desejo de superar limites fui ao chão. Ainda tenho marcas no corpo das muitas quedas! Arranhões e lesões graves nos ligamentos afastaram-me da bicicleta o tempo suficiente para a recuperação. Recuperados, pois a bicicleta também sofria com os acidentes, estávamos mais uma vez unidos, tal como uma coisa só, deslizando sob o asfalto da cidade.

Infelizmente quando chegamos a idade adulta nossos compromissos de trabalho e as novas responsabilidades engolem nosso tempo. Fica muito difícil manter hábitos que, se continuados, seriam de grande relevância para uma vida mais saudável. Assim aconteceu comigo em relação à bicicleta, pois com o tempo ficamos cada vez, mas distantes um do outro e pedalar se tornou algo para se fazer apenas nos feriados e raros finais de semana. Cerca de três anos atrás enfrentei uma situação muito difícil, uma derrota na vida pessoal que sugou todas minhas energias, fui ao fundo do poço e por pouco não fui tragado pela depressão. Na época fazia um curso de Guia de Turismo e, por intermédio de uma colega de classe, descobri as bicicletas reclinadas. Fiquei completamente encantado com as histórias das viagens feitas por minha amiga e decidi voltar a pedalar. Estava sem grana, verdadeiramente quebrado, devendo cartão, cheque especial, amigos... Comprei um quadro usado e financiei peças e acessórios em 10 vezes na loja de um cara fantástico que aceitou meus cheques com a promessa de que seriam trocados por dinheiro nos dias de vencimento. Saudoso Paulinho da Diamond Bike! Nos tornamos grandes parceiros de conversa e por muito tempo, foi ele o responsável pela manutenção da minha primeira reclinada.

Comecei a pedalar sozinho. Comprei um acessório para transportar a bicicleta no carro e comecei a descobrir novos caminhos na cidade. Fiz pequenas viagens e a vida começou a andar no rumo de novos horizontes, os problemas e as dores do sofrimento foram sendo substituídos pelos planos de viagens, as idéias de melhorar o equipamento, de aumentar o condicionamento físico, tudo foi se transformando. Através da Internet descobri um Clube de Cicloturismo – http://www.clubedecicloturismo.com.br/ e por intermédio da lista de discussão conheci o Alberto e pouco depois o Sandro, O pessoal de Magé... Nesse tempo a idéia dos Camelos de Mochila tomou forma e ganhei uma rede de amigos, que com certeza, foi o melhor patrimônio que construí nesses últimos anos.

Como já foi dito no texto do Alberto, infelizmente, por diversas vezes, nossa programação de pedal furou! Ficamos frustrados, abatidos, mas jamais derrotados. Conseguimos recuperar as forças e superar as dificuldades! Enfim, esse pedal de 2009 é como uma chuva de verão depois da praia, tal como uma ducha refrescante sob um corpo suado, é um alívio concluir essa aventura, é uma conquista! Um domingo fantástico e uma aventura inesquecível. Horas de superação do corpo e da mente!

Muito obrigado meus amigos!
Preciso de vocês

Grande abraço
Fábio Nazareth

2 de jan. de 2009

Cronograma 2009

Autor da foto: Paul.

Para apreciação segue o cronograma oficial organizado gentilmente pelo nosso grupo para que os demais integrantes do grupo fiquem por dentro:

JANEIRO, dia 18: PEDRA DA GÁVEA - OK!

MARÇO, dia 08: CACHOEIRA DO PINGO (Magé) - OK!

ABRIL, dia 19: Travessia VALE DO RIO CABEÇA / PAINEIRAS / MORRO DO QUEIMADO / MESA DO IMPERADOR / VISTA CHINESA / PARQUE DA CIDADE ou HORTO

MAIO, dia 10: Rafting no rio Paraibuna, em Três Rios (RJ)

Data a definir: ILHA GRANDE (volta completa)

JUNHO, dia 14 - BICO DO PAPAGAIO / SERRILHA (Pedras do Urubu e João Antônio) / PICO DA TIJUCA

JULHO, dias 06 a 11: Travessia da SERRA FINA (RJ / MG / SP)

dias 25 e 26: PEDRÃO DE FRAGOSO (Magé), com pernoite

AGOSTO, dias 08 e 09: PARTE ALTA DE ITATIAIA

SETEMBRO, dia 26: PRAIAS SELVAGENS DE GUARATIBA

OUTUBRO, dias 05 a 11 - Cicloviagem CAMINHO DA FÉ (MG / SP)

dia 25: Trilha em Magé (local ainda a definir)

NOVEMBRO, dia 29 - PEDRA DO QUILOMBO (Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio)

DEZEMBRO, dia 06 - Trilha em Magé (local ainda a definir)