15 de abr. de 2009

ATENÇÃO

A partir do dia 16 de março de 2009, foram feitos alguns ajustes na forma de cobrança de ingressos e taxas, para nos adequarmos às normas vigentes.

1 – Os moradores dos municípios do entorno tem direito a desconto somente na taxa de ingresso para a parte baixa e com apresentação de comprovante de residência . Desse modo, os demais serviços devem ser pagos no valor total. Membros de clubes de excursionismo têm direito ao desconto de 50 % somente para acesso as áreas de montanha.

2 – Têm direito a isenção da taxa de ingresso os menores de 07 anos e maiores de 60 anos. Além disso, esta isenção se aplica somente ao ingresso do visitante e ao estacionamento do veículo em que o mesmo se encontra. Os demais serviços, bem como os ingressos de acompanhantes devem ser pagos normalmente.

3 – O pagamento do ingresso não isenta o visitante do pagamento das demais taxas. O pagamento da taxa de uso do camping também não isenta o visitante do pagamento da taxa de visitação.4 – As trilhas de montanha serão cobradas por dia. Exemplo: quem for subir e descer a Pedra do Sino em um mesmo dia deverá pagar o ingresso no parque e a taxa de uso da trilha por um dia. Entretanto, se houver um pernoite, o visitante deverá pagar o ingresso mais dois dias de trilha.


As taxas cobradas pelo PARNASO são:

Visitação

Ingresso parte baixa.......R$ 3,00
Ingresso parte baixa – moradores do entorno.......R$ 1,50

Estacionamento

Estacionamento de veículos (por dia)* .......R$ 5,00
Estacionamento de motos (por dia)* .......R$ 3,00

* estacionamento disponível apenas nas Sedes Teresópolis e Guapimirim.

Camping

Pernoite por pessoa.......R$ 6,00

Trilhas de Montanha

Bate e volta.......R$ 12,00
1 pernoite.......R$ 24,00
2 pernoites.......R$ 36,00
Cada pernoite adicional.......R$ 12,00

Trilhas de montanha - membro de clube excursionista

Bate e volta.......R$ 6,00
1 pernoite.......R$ 12,00
2 pernoites.......R$ 18,00
Cada pernoite adicional.......R$ 6,00

Antes de visitar o PARNASO é importante conhecer as Regras de Uso Público do PARNASO, bem como algumas normas de conduta consciente em áreas protegidas.

INGRESSO ANTECIPADOS

A venda de ingressos antecipados é feita apenas nas bilheterias do parque. Os ingressos são vendidos com no máximo 7 dias de antecedência.

HORÁRIOS

Todos os dias das 8:00 as 17:00 (todas as sedes)

É permitida a entrada no parque entre 6:00 e 8:00 e entre 17:00 e 22:00 mediante compra antecipada de ingresso nas bilheterias no parque.

TERMOS E AUTORIZAÇÕES

Para acessar a área de montanha é necessário o preenchimento do Termo de Conhecimento de Riscos.

Menores de idade descompanhados dos pais, devem apresentar autorização dos pais ou responsaveis. Baixe aqui o um modelo de autorização.

ABRIGO QUATRO (PEDRA DO SINO)

As reservas para o Abrigo Quatro podem ser feitas por telefone (21) 2642-8365 ou por email: abrigo4@uol.com.br

Abraços.
Léo Montanha

Acampamento na Pedra do Avião - 10/04/2009

Relato do nosso camarada Albert, para os íntimos..Beto.

"Em 26 de julho de 1979 às 18h21min, um Boeing 707-330C cargueiro da Lufthansa, matrícula D-ABUY, com destino a Dakar, cumprindo o vôo LH527, chocou-se contra a Serra dos Órgãos, região serrana do estado do Rio de Janeiro. A aeronave decolou do Galeão 5 minutos antes, e foi instruída pelo controlador em solo a seguir rumo ao VOR Caxias e manter uma altitude de dois mil pés após a decolagem. Ao decolar, o Controle de aproximação solicitou que a tripulação aumentasse a velocidade. A velocidade aumentou progressivamente até atingir 304 nós (563 km/h), excedendo o limite de 250 nós (463 km/h) que é determinado dentro da área de controle do Rio abaixo de 10,000 pés. Enquanto o vôo 527 voava em direção às montanhas, o controlador de tráfego aéreo estava atarefado organizando a excessiva quantidade de tráfego que se aproximava pelo setor sul. Seu assistente falhou ao monitorar o Lufthansa. Ao voltar sua atenção ao Lufthansa 527, o controlador viu-se surpreso com a posição da aeronave e ordenou que imediatamente executasse uma curva pela direita e que aumentasse seu ângulo de subida. Tarde demais, a aeronave chocou-se contra as árvores na encosta da montanha, em uma altura de aproximadamente 800 metros. Todos os 3 ocupantes faleceram."
• Fonte: Wikipedia.

Na manhã da sexta-feira, Alberto me pegou na Ilha `as 06h28min de um dia ensolarado e sem nenhuma nuvem no céu e fomos direto para nossa aventura da vez: acampar na Pedra do Avião, em Magé, que ganhou esta alcunha por causa do acidente descrito acima. Confesso que as histórias e lendas que sempre cercaram esse acidente me deixaram bastante curioso, e a possibilidade de avistar algumas poucas peças que ainda estão escondidas na mata fechada – parte de uma das turbinas e o trem de pouso INTEIRO – seria um atrativo a mais. A maior parte das peças do avião já haviam sido recolhidas na época do acidente, mas essas peças escaparam do "pente fino" feito pela Aeronáutica no local.

Chegamos na casa do Léo já com os tradicionais pãezinho da padaria de Fragoso, na mesma hora em que o Dinho também chegava por lá. Tomamos café enquanto o restante da galera ia chegando aos poucos: Jamil ("a lenda! O mito!"), Dauguinha, Arones, Henrique e Andrew, o nosso mascote.
Saímos fazendo uma pequena algazarra e em poucos minutos já estávamos atravessando uma porteira fechada e entrando na propriedade de um membro da família Cozzolino, que detém o poder político em Magé há décadas. Passamos por alguns cavalos pelo caminho e, lá na frente, o Léo nos alertou: "cuidado com os carrapatos! Essa fazenda está cheia deles!" Putzgrilo...quase todos estavam de bermuda e um pequeno pânico tomou conta de mim, hehe.

Em seguida, chegamos na "piscina", um enorme tanque construído na propriedade, que estava vazio mas que, sem dúvida, passava dos 4 metros de profundidade se estivesse cheio.

Descansamos um pouco, puxamos o ar e a partir desse tanque entramos na mata fechada e começamos a trilha propriamente dita.A trilha estava enlameada e bem fechada, e logo no início já fomos atacados por formigas num tronco que estava caído no meio da trilha. Depois de nos livrarmos delas, a trilha começou a ficar mais aberta, e a quantidade de riachinhos começou a aumentar. Arones, com sua visão experimentada de mateiro, avistou uma preguiça de médio porte no alto das árvores e, em seguida, foi a vez de passarmos pertinho de um ouriço que descansava em um galho. A aparição desses animais relativamente raros realçava a constatação de que estávamos em um território pouco frequentado. Pelo menos, pouco frequentado por caminhantes normais, já que o local é muitíssimo visitado e conhecido pelos caçadores, como algumas armadilhas e giraus que vimos pelo caminho comprovaram.

Mais uma parada, dessa vez em uma cachoeirinha bem agradável. A mata da região é primária, então é comum avistar árvores com caules enormes, passando dos 30 metros de altura. Logo depois, passamos correndo por um trecho de aproximadamente 30 metros que estava crivado de formigas, formando um tapete delas – a sensação era que o chão estava se movendo!

Após 3 horas de subida, por volta das 11h30min, finalmente chegamos numa gruta imponente, que era nosso destino final – a Pedra do Avião. É um ótimo abrigo natural, equipado com comodidades adicionadas por trilheiros ocasionais e caçadores frequentes: fogão feito de pedras, grelha, uma pedra que serve de cama (onde dormiram cinco camelos), etc. Fica ao lado de uma pequena cachoeira, o que nos garantiu um manancial inesgotável de água.

Logo após a chegada, tomamos a "posse" da gruta e fomos logo transformando aquilo lá em nossa casa: varal para as camisas enlameadas e quase derretidas pela quantidade enorme de suor, mochilas arreganhadas em tudo quanto era canto, comidas e equipamentos de cozinha sendo organizados, etc. Com o vento gostoso e o barulho "eterno" da água em movimento da cachoeira, entramos num estado de torpor bem agradável e, nesse ritmo de alto astral, começamos a fazer um caprichado almoço de acampamento, bem ao estilo dos Camelos. Teve de tudo um pouco: feijão tropeiro, cuzcuz com salsicha, arroz com açafrão, carne-seca, linguiça acebolada e, para "lavar" isso tudo, um Tang de morango. De sobremesa, rocambole de goiaba. Só coisa leve, hehehe.

Depois desse ataque, fomos descansar e ficar jogando conversa fora naquele local altamente agradável. E assim o tempo foi passando bem devagar. A nossa noção de tempo ficou levemente alterada. Também, não era para menos: estávamos em um local totalmente diferente de nosso cotidiano, em todos os sentidos.

De repente, anoiteceu e fomos fazer umas comidinhas para passar o tempo: misto quente, sopão de carne e legumes, pão d´alho, etc. Lá pelas 21h00, estava um breu danado, só atenuado pelo lampião que deixamos aceso. Henrique e Andrew já dormiam na barraca, onde logo depois eu e Alberto também dormiríamos. Foi a primeira vez que eles dormiram numa barraca, e pode-se dizer que escolheram um excelente local para isso. O restante do pessoal acomodou-se embaixo da gruta. Foi aí que começamos a falar de histórias sobrenaturais naquela escuridão profunda e alguns companheiros ficaram meio "bolados", hehehehe.


Falamos da Bruxa de Blair, de uma história que habitantes da região já tinham visto os fantasmas dos tripulantes do avião caído vagando por lá, de caçadores, de ataque de onças...enfim, um papo meio estranho para o local em que estávamos, hehehehe. Quando fizeram menção de falar na estória de uma tal de "mãe do ouro", uma entidade que dizem aparecer costumeiramente por lá, o Jamil ("A lenda! O mito!") ficou bem incomodado e paramos de falar nessas coisas. E fomos dormir!

Um sol nascente maravilhoso apontou por volta de 06h00 do sábado, e fomos logo preparando um café delicioso adoçado com leite condensado. Fizemos a "limpa" nas últimas comidas, arrumamos as mochilas e saímos fora logo depois. Missão: encontrar os últimos resquícios da queda do avião. O Arones era o único que já tinha visto o trem de pouso no mato, e então foi nos guiando. Em um determinado ponto, pegamos uma bifurcação que saía de nossa trilha normal e adentramos para a direção dos destroços. Ficamos esperando enquanto o Arones entrava no mato, em busca de trilhas que levassem ao trem de pouso. Ficamos esperando por sua volta e, 50 minutos depois, o Arones voltou com a notícia que os caminhos que levavam ao trem de pouso já haviam sido totalmente tomados pelo mato, e que não foi possível encontrá-lo dessa vez.

Com isso, o mistério continua e já acertamos a volta a este local ESPECIFICAMENTE para fazer essa busca. O restante da trilha transcorreu animadamente, e até descobri que no percurso existe uma espécie de banana que tem caroço (!!!). Nada como um acampamento com os amigos para começar a semana totalmente revigorado. Fomos embora com a próxima trilha na cabeça: sábado, uma linda travessia na selva urbana da cidade maravilhosa.

No final, apesar dos papos escabrosos que tivemos na noite do acampamento, nada me pareceu mais SINISTRO do que a possibilidade de ter visto o Alberto tomando banho peladão na cachoeira. Dessa assombração eu escapei, hehehehehehe. Aposto que isso é pior do que a tal estória da "mãe do ouro", que aliás ninguém me disse do que se tratava!

Abraços.
Léo Montanha