
Com essas palavras cabalísticas, em pleno final de tarde do sábado, Sandro Yoga modificou totalmente os planos já acertados há dias para a nossa trilha do dia seguinte: a travessia da Serra da Carioca.
Nossa logística inicial seria: Alberto sairia de Guapimirim, pegaria o Jamil (“A lenda! O mito!”) e o Dinho em Magé e viriam para a minha casa, na Ilha do Governador. Sandro também viria para cá e, após um café da manhã reforçado, sairíamos direto para o Parque Lage, onde encontraríamos o George “Arcanjo” e começaríamos a trilha por volta das 08h00. Esqueçam tudo isso, hehehe.
Estamos falando dos camelos, então tudo pode acontecer. No nosso universo, essas modificações sempre são bem-vindas. Já sabemos há tempos, e por experiência própria, que o improviso e a anarquia (no bom sentido) tornam as coisas muito mais interessantes.
Resumindo: arrumei tudo às pressas, fomos dormir em Guapimirim e esse fato inesperado rendeu muitas zoações aos amigos e altos papos filosóficos no pé da serra. Ótimo prenúncio para o dia seguinte!

Encontramos o George, tomamos café em uma padaria perto do Parque Lage, e aproveitamos para mostrar o parque para o Jamil, que nunca tinha ido lá. Além do aquário, grutas artificiais
e do próprio casarão, não faltou a visita de um macaco-prego, muito comum por lá.


Obviamente, como é costumeiro entre nós, aproveitávamos o tempo para colocar o papo em dia e, principalmente, zoar MUITO todos os nossos amigos e amigas que não foram. Principalmente o Fábio “Muito Doido”, por causa de um fato ocorrido na véspera e impublicável aqui, hehe.
Zoar os(as) amigos(as) ausentes é só uma forma indireta de trazê-los para junto de nós na trilha. E como nossos encontros não são tão frequentes como gostaríamos, temos que aproveitar a “presença” deles ao máximo!
Passamos pela corrente, subimos mais um pequeno trecho íngreme e, em alguns minutos, chegamos na linha férrea do trenzinho do Corcovado.


Estrada do Corcovado. Descemos cerca de 3 quilômetros pelo asfalto até a guarita que dá acesso à estrada das Paineiras. O sobe-e-desce das vans que levavam os turistas à estátua do Cristo estava frenético neste dia.






queda d´água, lanchamos, batemos papo... Enfim, nossa passagem pelos 4 quilômetros do asfalto das Paineiras foi de extrema leveza.


afloramento rochoso que fica bem próximo à Pedra da Proa. De um lado, vista para Corcovado, Pão de Açúcar, Lagoa e Niterói; do outro, Pedra da Gávea (encoberta pelas nuvens), Pedra Bonita e Agulhinha da Gávea, além do extenso tapete verde da Floresta da Tijuca.
E que sensação sublime a de compartilhar um rango com os amigos, diante do silêncio (só quebrado por nossa algazarra), da brisa e da beleza que aquele cenário nos proporcionava. Um momento que só quem gosta de trilhar com os amigos sabe o que significa.
Dessa vez, optamos por não trazer os fogareiros e fazer um almoço mais espartano que o normal. Ou melhor, foi só um lanche. Cardápio: pão com mortadela (não poderia faltar, né?); sanduíche de queijo/peito de peru/tahine; pizza (isso mesmo: o Dinho trouxe pizza!) e outras baixarias, hehehe.




mito!”), Dinho e Sandro ficamos esperando na Vista Chinesa, à espera do resgate. Mais um local inédito para o nosso decano Jamil, que curtiu bastante o passeio e a oportunidade de conhecer
alguns cartões postais do Rio.

Ainda descemos até um boteco no Horto antes de nos despedir e celebrar mais uma trilha juntos, coroando um dia memorável. Fábio deu carona para o George e para o Sandro antes de ir para
casa, enquanto Alberto, Dinho e Jamil (“A lenda! O mito!”) vieram me deixar na Ilha, antes de retornarem para casa.
casa, enquanto Alberto, Dinho e Jamil (“A lenda! O mito!”) vieram me deixar na Ilha, antes de retornarem para casa.
Junte um bando de amigos que se conheceram fazendo trilhas, que não se encontravam há algum tempo, e uma trilha lindíssima. Só poderia dar nisso: um dia perfeito!
Para finalizar, independentemente de convicções religiosas ou afins, reproduzo um pequeno
trecho de uma mensagem enviada pelo Alberto, que representa bem o espírito de amizade que marcou essa trilha em particular:
"(...) Não são os da conssanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois (ou mais) seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se fossem pelo sangue (...)"