24 de ago. de 2008

Expedição encontra rastro da onça pintada no PARNASO.

A primeira expedição do projeto de monitoramento de mamíferos na Serra dos Órgãos, promovida pelo CENAP/ICMBio e pelo PARNASO, encontrou rastros da onça pintada, considerada extinta na região.

Realizada entre os dias 7 a 13 de agosto, a expedição contou com profissionais do CENAP (Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação dos Predadores Naturais), do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, além de pesquisadores do Rio Zoo, do Instituto Estadual de Florestas do RJ, da Reserva Biológica do Tinguá e de outras instituições. Os pesquisadores percorreram áreas de mata bem preservada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos ao longo dos rios Soberbo, Paquequer, Santo Aleixo e Ponte de Ferro, além de áreas incluídas no projeto de ampliação do Parque, nos vales do Rio Piabetá e do Pico do Itacolomi.

O objetivo da expedição era selecionar áreas para o monitoramento com armadilhas fotográficas, mas já foram registrados rastros de duas espécies consideradas extintas na região, a onça pintada Panthera onça e uma espécie de veado, provavelmente Mazama americana. Pesquisadores consideravam a onça pintada extinta em toda a Serra dos Órgãos e o veado mateiro só foi registrado nas matas de Teresópolis no início do século XX. Foram encontrados também indícios da onça parda Puma concolor.

A analista ambiental do CENAP Beatriz Beisiegel destaca a importância do projeto: “Estes resultados apontam para o papel fundamental que o mosaico de UCs da Mata Atlântica Central Fluminense deve ainda desempenhar na conservação da onça pintada neste bioma, bem como para o potencial de resultados surpreendentes que a intensificação do esforço amostral na região pode trazer, mesmo para espécies cuja presença não deveria passar despercebida, como o veado”.

Nas áreas a serem incluídas na ampliação do Parque foram encontradas evidências de intensa exploração ilegal da fauna e flora, porém a presença de matas em bom estado de conservação, com abundância de árvores frutíferas de grande porte, indica que é possível uma rápida recuperação da fauna a partir da proteção efetiva destas áreas.

O projeto “Monitoramento de mamíferos terrestres de médio e grande portes no mosaico de UCs da Mata Atlântica Central Fluminense” é um projeto do CENAP e do PARNASO em parceria com o Parque Estadual dos Três Picos e a Reserva Biológica do Tinguá e deve abranger ainda áreas da Estação Ecológica do Paraíso e da APA de Petrópolis.

Fonte: http://www.ibama.gov.br/parnaso/

Abçs.

Leonardo

6 comentários:

Anônimo disse...

Provavelmente isso só foi possível por causa do corredor ecológico que liga o PARNASO às matas do Parque dos 3 Picos e à área de expansão do parque, porque a área atual do PARNASO mal cobre a área de abrangência territorial de UMA onça. Que bom que acharam vestígios, ainda mais de duas espécies diferentes! É confortador saber que há onças vivendo em seu habitat natural num perímetro de menos de 30 km de minha casa.

O que desanima é a grande quantidade de caçadores naquela região - inversamente proporcional à quantidade de fiscais do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), que recentemente substituiu o IBAMA na função de cuidar dos parques nacionais e outras áreas naturais protegidas.

Tomara que elas não venham nos visitar quando formos acampar por lá, hehehe.

Já que estamos falando de onça, uma curiosidade: a extinção oficial da onça pintada, no território da cidade do Rio de Janeiro, ocorreu no ano de 1950, quando o último espécime visto por aqui foi caçado...em Guaratiba, onde estivemos na semana passada.

Vida longa e uma boa reprodução às onças fluminenses!

Leonardo disse...

Verdade Oteb.
O que desanima é a grande quantidade de caçador na área. Aqui no Badeco, que agora já faz parte do PNSO, encontramos vários caçadores, todos armados até o dente. Eles não perdoam nada...porco do mato, quati, gambá, tatú, tamanduá. E sempre que os encontro o papo deles sempre é o mesmo, que já viram onças no mato e estão doidos para pega-la.
Tomara que elas(onça) os peguem primeiro.hahahaha

Abçs.
Leo

Angel Wood disse...

Cara, que notícia boa! Não imaginava que ainda haveriam onças no PARNASO... Tomara mesmo que elas possam se reproduzir e mostrarem quem manda naquele território! No PNI, aqui perto de onde moro, o Christian Spencer fez uma armadilha fotográfica e mostrou fotos noturnas da onça pintada e tb de uma jaguatirica. Conheço algumas pessoas aqui na região (moradores da APA onde moro) que dizem ter visto onça e jaguatirica na parte mais alta da Serrinha - local que faz divisa com o PNI. Tem muito bicho por aqui... Aliás, quando é que vcs vem pra esses lados, amigos? Abração.
Angélica.

Alberto Monte disse...

Uiiiiiiiiiii
Tem viado também é???
Será que eles nos viram passando por lá entre 17 e 20 de Julho e se confundiram?????
huiauahuaishuahahaushaauhsausuiiiiii

Angel Wood disse...

Corrigindo... a onça que o meu amigo fotografou foi a parda na parte baixa do PNI.

Luciano Ribeiro disse...

Que boa noticia...
Graças ao esforço de todos no sentido de divulgar, preservar e manter viva a beleza e os recursos naturais bem como sua fauna e flora.
Agora mais do que nunca devemos nos unir no intuito de preservar sempre esta beleza que esta ao nosso alcande.

Luciano Ribeiro